Fico muito feliz quando recebo sugestões de posts. Sexta, a seguidora Paula, pediu para escrever sobre o medo. Então vamos lá…
Medos fazem parte da vida, tanto de adultos quanto de crianças. Os pequenos geralmente têm medo de coisas específicas, como do escuro ou de alguns animais. Com a idade, vem os medos mais complexos. Quando a criança começa a manifestar sensações de medo, é importante conversar com ela e dar atenção ao que ela tem a dizer. Não ignore o que assusta seu filho. Por mais simples que possa parecer, é crucial para ele saber que pode contar com os pais para se expressar. Tente explicar que não existe motivos para sentir medo de determinada coisa. Acho válido, usar jogos, livros ou brincadeiras lúdicas para mostrar que não há nada de ameaçador e tenha paciência para guiá-la por essa fase. Não espere que ela vá superar um medo em um dia. O truque é trabalhar a autoconfiança no seu filho. É importante não usar frases como: “não vá ali, tem um monstro ou uma bruxa!”. Principalmente antes de dormir. É importante dizer que esses personagens somente existem nos contos e filmes.
Por Favor….
– Não ria dos temores que seu filho expressa. Se o ridiculariza ou zomba do seu medo, diminuirá sua confiança. Frases como: “não seja bobo”, “crianças como você não devem ter medo disso”, ou “ não tem vergonha de ter esses medos…”, não contribuirão para diminuir o temor que ele sente. Pelo contrário, o desanimará a compartilhar seus temores contigo.
– Não minta, por exemplo, dizendo-lhe que uma injeção não doerá ou algo parecido. Se mente sobre uma situação de medo, produzirá mais temor. Ajude-o a preparar-se para enfrentar a situação com verdade e honestidade. Se seu filho tem medo de ir ao colégio, ouça suas razões, leve-o à escola, visite e mostre sua sala de aula e diga-lhe o quanto irá aprender ali.
– Não obrigue seu filho a passar por situações que ele tem medo. Os medos não se superam enfrentando-se a situação de uma vez por todas. Em lugar de ajudar, algumas vezes isso intensifica o medo. Seu filho tem o direito de acostumar-se pouco a pouco com a situação que ele teme. Não o obrigue ver um filme do qual ele tem medo, ou que acaricie um cachorro que ele não gosta.
– Não transmita seus temores pessoais ao seu filho. A forma como você enfrenta seus próprios medos dará ao seu filho o padrão a seguir para enfrentar situações similares.
– Não o chame de covarde ou infantil. Se o seu filho se mostra temeroso diante de qualquer situação. Não o ridicularize. Isso não o ajudará em absoluto. O fará sentir-se inseguro, necessitado de carinho, solitário e sem compreensão.
– Não o obrigue a afrontar seus medos sozinho. Isso é um enorme erro. Nunca obrigue seu filho a entrar no seu quarto escuro se ele não quiser fazê-lo. Você provocará um aumento da sua ansiedade e contribuirá para esse medo aumentar e até perpetuá-lo. Além disso, o sentimento de não ser capaz de enfrentar a situação não o deixará sentir-se orgulhoso de si mesmo.
– Não dê importância demasiada. Se cada vez que vê um cachorro, você se coloca entre seu filho e o animal e insiste que você o defenderá, a criança acabará pensando que todos os cachorros são realmente perigosos e não poderá superar seu medo.
Se você observar que, mesmo depois de muita conversa e explicação, seu filho continua demonstrando um comportamento amedrontado e vive constantemente assustado com alguma coisa, um simples aconselhamento psicológico pode ajudar a te dar mais ideias de como auxiliar seu filho.
Tem algumas táticas,que ajudam as crianças a enfrentarem os seus medos, que são:
O uso de objetos de estimação, bichinho de pelúcia ou fraldinha/naninha, pode ser legal para ajudar a criança a enfrentar situações que o assustam. Objetos assim dão conforto a uma criança ansiosa, especialmente quando você precisa deixá-la, por exemplo, na creche ou na cama à noite, para dormir. Ela provavelmente vai parar de carregar o objeto para todo lugar por volta dos 4 anos, quando terá aprendido outros jeitos de se acalmar na hora do medo.
Outra sugestão é contar histórias animadas, em que o personagem — uma outra criança — enfrenta o medo e “sobrevive” sem problemas. Você pode inventar a historinha ou procurar livros que falem disso. Os especialistas explicam que os contos de fada tradicionais e até histórias modernas com elementos assustadores (como o filme “Monstros SA”) podem ajudar a criança a superar a fase do medo.
Bebês de até um ano – Costumam ter medo de ficarem longe dos pais. Segue-se ainda medo de ruídos fortes, estranhamento de pessoas ou situações desconhecidas. Nessa fase é comum que os pequenos comecem a se perceber, se reconhecer como pessoa, faz a criança se deparar emocionalmente com uma caminhada do desenvolvimento independente dos pais – e trilhar este caminho pode assustar um pouco, sim! Como ajudar: o papel de pais, cuidadores e educadores para auxiliar no manejo destes temores residem no acompanhamento e compreensão, observando o comportamento da criança e procurando entendê-la. Podemos inserir nessa fase uma naninha ou um bichinho de pelúcia companheiro que servirá de conforto na hora do medo.
De 1 a 3 anos – medo do escuro e de dormir sozinho é bastante comum. Também os medos de tempestades (raios, trovões), monstros, do lobo mau, medo de criaturas fantasmagóricas ou mascaradas, de ruídos ou animais noturnos. A medida que a criança vai amadurecendo emocionalmente e que os pais e educadores vão lhes fornecendo o devido apoio estes medos vão sendo aplacados.Como ajudar: o medo do escuro pode ser trabalhado pelas famílias com a criação de um ritual para o período de sono, acompanhando esse momento estando ao lado dos pequenos, podendo fazer leitura de histórias, uso de luzes noturnas suaves como mini-luminárias de led (comumente conectadas nas tomadas e com modelos variados de personagens infantis). Também vale ter um bichinho de pelúcia companheiro.
Entre 4 e 7 anos – medo dos pais se divorciarem, de ser esquecido na escola, de personagens assustadores ou de se perder. Como ajudar: oriente a criança a não dar atenção a pessoas estranhas ou aceitar presentes de desconhecidos. Caso você perceba que vai atrasar para ir buscá-lo avise as professoras e peça para informarem o seu filho que chegará mais tarde ou que outra pessoa vai ir buscá-lo.
A partir dos 8 anos – medo da própria morte e da perda/morte dos pais. Além do medo da rejeição social. Como ajudar: a perda de alguém próximo pode dar origem a muitas dúvidas e anseios sobre a sua própria vida e a dos pais. Após o contato com a morte, algumas crianças desenvolvem medos sobre determinados locais e circunstâncias que relacionam com esse acontecimento. Tenha paciência e compreensão, apoie, faça companhia, dê apoio, mantenha as rotinas, dedique mais tempo às atividades em conjunto e evite que a criança se sinta incompreendida, isolada e abandonada.
Medos específicos
Podem, ainda, haver medos que estejam relacionados à experiências traumáticas vividas pela criança, por exemplo: ao ser mordida por um cão, a criança desenvolve temor por este animal. Esse medo envolve um manejo específico, pois está ligado a uma situação de realidade e não questões fantasiosas. Como ajudar: acompanhar as manifestações e sentimentos de medo associados a eventos ruins é um indicador importante para melhor lidar com este receio, impedindo que tragam sofrimento e prejuízos maiores como o estresse pós-traumático ou o estabelecimento de quadros de fobias.
E lembre-se: se perceber que os medos possuem uma intensidade extrema, gerando sofrimento (mudanças no comportamento, no humor e desinteresse) e prejuízo à criança (isolamento, perda do contato social, no espaço escolar ou entre amigos em função dos medos) recomenda-se buscar auxílio de um profissional da área da psicologia buscando compreender e intervir neste quadro.
Gostaram??? Espero que tenha ajudado.
Ideias para o próximo post?? Aguardo sugestões .
Beijos e até a próxima.