Obrigatório há 5 anos, teste da linguinha é alvo de disputa

Obrigatório há 5 anos, teste da linguinha é alvo de disputa

igm_13mar-850x480

Um teste físico simples, teste da linguinha, que verifica se o bebê recém-nascido tem ou não anquiloglossia – popularmente chamada de língua presa – é alvo de disputa entre profissionais. De um lado, pediatras acreditam que o exame físico feito após o parto é suficiente para identificar a anquiloglossia e pedem a revogação da lei que tornou o teste obrigatório. Do outro, fonoaudiólogos defendem uma capacitação para que quem examine a criança esteja atento também a isto.

Há cinco anos que a Lei 13.002/2014, que torna o exame obrigatório, foi aprovada no Brasil.

De acordo com a conselheira da Comissão de Saúde do Conselho Federal de Fonoaudiologia, Mércia Quintino, cerca de 4% a 10,7% das crianças nascem com a língua presa. “O diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível. A anquiloglossia leva a dificuldade na amamentação e, depois, dificuldade de mastigar alimentos sólidos, que são um desafio maior”, diz.

Mércia explica que o objetivo inicial é evitar o desmame precoce. “A gente sabe que a amamentação é importante e que muitas mães não têm condições de comprar leites industrializados. A fase da amamentação parece simples, mas é um momento complicado para a família, tem que ter todo o incentivo positivo para que dê certo”, disse.

Pedido de revogação

Este ano, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) pediu ao Ministério da Saúde a revogação da lei. Para os pediatras, quando o bebê nasce já é feito um exame físico completo da criança e a língua presa é facilmente identificada nesse exame, não sendo necessário um protocolo específico para a execução do teste.

“O teste é um passo burocrático desnecessário com redundância absoluta do exame do recém-nascido, que já é feito pelo pediatra na sala de parto”, diz a presidente do Departamento Científico de Otorrinolaringologia da SBP, Tânia Sih.

De acordo com Tânia, a maior parte dos casos de língua presa não demanda cirurgia, são níveis menos graves cujos efeitos na fala e na mastigação podem ser anulados com exercícios. “É raríssimo ter a língua superpresa, que é quando a língua adquire um formato de coração. Esses casos impactam no aleitamento materno e na fala. Para que ter fonoaudiólogo para constatar o que o médico já viu? Temos outros gastos mais urgentes para ser feitos com saúde”, defende.

Já Mércia defende que é necessário haver uma capacitação. Segundo ela, o exame não precisa ser feito necessariamente por um fonoaudiólogo, mas por um profissional que esteja atento a isso na hora de examinar a criança.

Ministério da Saúde

Em nota, o Ministério da Saúde não comentou o pedido da SBP. A pasta diz que tomou medidas para cumprir a lei vigente, como publicar, em 2016, nota técnica com orientações a profissionais e a estabelecimentos de saúde sobre a avaliação clínica dos bebês e a realização do teste da linguinha.

Além da identificação precoce da anquiloglossia, o protocolo busca estabelecer o fluxo de acompanhamento dos lactentes diagnosticados com anquiloglossia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Toda criança é ou deveria passar por avaliação clínica completa como parte da rotina das equipes assistenciais, verificando assim, possíveis sinais e sintomas de doenças ou malformações”, diz a nota.

De acordo com o ministério, o exame físico de recém-nascidos é realizado de forma rotineira nas maternidades e nas primeiras consultas de puericultura, sendo portanto a avaliação realizada pelos diferentes profissionais de saúde que acompanham o nascimento e o desenvolvimento dos bebês a partir da organização dos próprios serviços e da rede de atenção à saúde local.

Por: Agência Brasil 

O que é um Nevo Melanocítico Congênito (NMC)?

O que é um Nevo Melanocítico Congênito (NMC)?

xbebe2.png.pagespeed.ic.q-ui32BRF3

Nevo (plural nevos) deriva do latim naevus (plural nevi) que significa “marca de nascimento”. De modo geral, nevo pode ser usado para descrever qualquer tipo de marca de nascença.

  • Quando a marca de nascença é formada por células produtoras de pigmento (melanina), é denominada “nevo pigmentado” ou “nevo melanocítico”.
  • Quando o nevo está presente desde o nascimento é chamado de “nevo congênito”. Um em cada 50 a 100 recém-nascidos tem um pequeno NCM.
  • O tamanho de um NMC pode variar desde os bem pequenos e comuns, do tamanho de uma cabeça de alfinete, até os maiores e mais raros que cobrem grande área do corpo. Os maiores nevos, descritos como “nevos gigantes”, acontecem um em cada 20.000 nascimentos. Quanto maiores, mais raros eles são.

Fragilidade

Geralmente os NMCs são mais delicados que a pele normal, especialmente em recém- nascidos. Portanto, em caso de quedas e arranhões estão mais sujeitos a ferimentos. Porém, eles não sangram mais do que a pele normal e tendem a curar-se facilmente com cicatrizes mínimas.

Hidratação

A pele que constitui o NMC costuma ser mais seca do que o restante do corpo, sendo recomendável lavar sem sabonete e colocar um hidratante (de acordo com a orientação do dermatologista). Ocasionalmente, os NMCs coçam muito. Geralmente ocorre pela falta de hidratação, ou excesso de óleo do hidratante, eczema no NMC, ou motivos ainda desconhecidos. A coceira pode ser diminuída usando cremes, óleos, banhos com amido de milho (maisena) ou aveia coloidal.

Diminuição da gordura subcutânea

Geralmente isto ocorre apenas no NMC maior. Por alguma razão, na região do NMC é comum haver uma diminuição da camada de gordura existente entre a pele, músculos subjacentes e ossos. Isso faz com que a superfície do NMC tenha aparência afundada em relação ao restante da pele não afetada. Embora pareça mais fino, o órgão afetado é funcionalmente normal. Por exemplo, a perna mais fina é tão forte quanto a perna normal, pois a espessura é mais fina pela ausência de gordura e não de músculos.

Ausência de glândulas sudoríparas

Embora não seja regra geral, os NMCs de maior tamanho ou mais rugosos tendem a ter menos glândulas sudoríparas do que o normal. Assim, o portador do NMC pode ter problemas de super aquecimento em dias muito quentes ou durante atividades desportivas. Algumas alternativas são manter a pele artificialmente úmida com spray d´água, usar chapéu e camisa molhada. Pode haver uma transpiração maior em outras áreas do corpo para compensar a área do NMC que não transpira. Por este motivo, também é recomendável beber bastante água.