Arthur Lula da Silva, de 7 anos, neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, morreu na última sexta- feira (01), vítima de meningite meningocócica.A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por diversos agentes infecciosos (bactérias, vírus ou fungos). A meningocócica é uma meningite bacteriana e, junto com a pneumocócica, é considerada uma das formas mais graves e preocupantes da doença. A incidência da meningite bacteriana é mais comum no período outono-inverno, e da viral, na primavera e no verão.
A seguir, conheça melhor cada um dos tipos da doença:
Meningite bacteriana
Seus sintomas incluem febre alta, dor de cabeça e rigidez do pescoço ou da nuca. Também é normal o paciente ter mal estar, náusea, vômito, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz) e confusão mental. Conforme o quadro se desenvolve, acrescentam-se à lista convulsão, delírio, tremor e coma. Dentre as meningites bacterianas mais preocupantes é a pneumocócica.Ela é bastante temida por conta da rápida evolução, alta letalidade, possibilidade de deixar sequelas (cegueira, surdez e amputação de membros são algumas) e potencial de surtos e epidemias. Além dos sinais já descritos, é normal causar manchas arroxeadas e dores pelo corpo, calafrio, diarreia, fadiga e mãos e pés frios. A transmissão da meningite bacteriana se dá de pessoa para pessoa por meio das vias respiratórias, ou, seja, de gotículas e secreções que saem do nariz e da garganta quando os infectados tossem ou espirram. Outras bactérias, como Listeria monocytogenes e Escherichia coli, se espalham pelos alimentos contaminados.
Meningite viral
Os sintomas são semelhantes aos da meningite bacteriana, só que mais brandos. Eles incluem febre, dor de cabeça, rigidez no pescoço ou na nuca, náusea, vômito, perda de apetite, irritabilidade, sonolência ou dificuldade para acordar do sono, letargia (falta de energia) e fotofobia.Este tipo tem várias formas de transmissão, a depender do vírus. Quando se trata do enterovírus, a contaminação é fecal-oral — se dá por meio do contato próximo com uma pessoa doente, ao tocar objetos e superfícies que contenham o micro-organismo e através de água ou alimentos crus infectados. Os arbovírus são transportados pela picada de mosquitos infectados.
Meningite fúngica
A transmissão ocorre por meio da inalação dos esporos (pequenos pedaços de fungos), que entram nos pulmões e chegam até as meninges. Alguns fungos também encontram-se em solos ou ambientes contaminados com excrementos de pássaros, como pombos, e morcegos.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico das meningites é feito por meio de exames de sangue e líquido cerebro espinhal (líquor). São eles que determinarão o tipo da doença e, com isso, a conduta que será adotada pelos médicos.No caso das bacterianas, o tratamento é feito com antibióticos, associados ou não a corticoides, de 7 a 14 dias. A internação normalmente é necessária. Nas virais, dependendo do agente, é preciso ministrar antivirais e corticoides por cerca de uma semana. Em geral, as pessoas são internadas e monitoradas quanto aos sinais de maior gravidade.Por fim, nas meningites fúngicas, a prescrição é de antifúngicos por 4 a 12 semanas, também escolhidos com base no micro-organismo identificado no corpo do paciente.
Prevenção
Para alguns dos agentes infecciosos causadores da meningite existem vacinas.Elas são oferecidas para crianças e adolescentes o ano todo na rede pública de saúde. Adultos que tenham alguma doença crônica, como diabetes e cardiopatias, ou estejam fazendo tratamento contra câncer também devem recebê-las.As disponíveis no calendário de vacinação do Programa Nacional de Imunização (PNI) são: meningocócica conjugada sorogrupo C, pneumocócica 10-valente (conjugada), pentavalente e BCG. Além das vacinas disponíveis na rede pública há também imunizações na rede privada, para os tipos meningocócica B e meningocócica conjugada ACWY. Além desta proteção, recomenda-se evitar passar muito tempo em ambientes fechados e cheios de pessoas; manter, sempre que possível, a casa e o local de trabalho bem ventilados, inclusive no inverno, e cuidar da higiene pessoal.